LÍBIA ( 25 º) - Há quarenta e dois anos
(1969), um grupo de militares nacionalistas da Líbia se levantou para derrubar a
monarquia e estabelecer a república, entre eles havia um jovem chamado Muammar
al-Khadafi, que comandaria a revolução e se tornaria chefe de estado no ano
seguinte. Com um discurso apoiado no nacionalismo religioso, estes homens
conseguiram estabelecer no país um governo que tinha como objetivo devolver a
Líbia aos princípios do islamismo e se livrar de vez do julgo econômico imposto
pelo imperialismo do ocidente.
A Líbia é um país composto por diversos
clãs de tribos e elas desempenham um papel muito importante na política interna
do país. O golpe militar de Khadafi em 1969 derrubou o domínio tradicional das
tribos costeiras orientais em Cirenaica em favor daquelas provenientes do oeste
e do interior do país. Embora o regime Khadafi tenha sido, pelo menos em
teoria, contrário à identidade tribal e favorável à unidade nacional, sua
longevidade dependeu em grande medida, de uma coalizão estável entre as três
tribos principais: a al-Qaddadfa, al-Magariha, e al-Warfalla, sendo que esta
última conta até hoje com mais de um milhão de pessoas. Portanto, para se manter
no poder, é fundamental que os governantes tenham o apoio maciço dessas tribos,
caso contrário é bom que se preparem para as oposições e conflitos. As revoltas
iniciadas no país em fevereiro de 2011 têm contado com a participação maciça
dessas tribos que são opostas à política de Khadafi. Segundo as últimas
notícias, os rebeldes líbios estão em Trípoli (capital do país) e prestes a
capturar Khadafi.
À margem desses conflitos, existe um povo que persevera
firme no propósito de glorificar a Deus no país. Esse povo não está dividido por
questões étnicas, políticas e sociais, mas procura demonstrar que sua luta não é
para manter a tribo A ou B no poder para fazer o nome de Jesus conhecido entre
os líbios. Segundo o coordenador da Portas Abertas no país, que pediu para
permanecer no anonimato, “todos os dias, ao meio-dia, parte da pequena
comunidade cristã em Trípoli se reúne para orar pelo país, pelo futuro da Igreja
e para encorajar uns aos outros”. Ele diz ainda: “a situação da igreja em
Trípoli é estável, os cristãos estão em boas condições, apesar dos constantes
combates na cidade”.
Sobre o futuro da Igreja na Líbia, um colaborador da
Portas Abertas Internacional diz: “A situação da Igreja certamente irá mudar
após os conflitos, mas será que os cristãos vão ganhar com essas mudanças?
Haverá mais liberdade religiosa sob o novo governo pós Khadafi? Ninguém
sabe”!
Caso após a queda do regime de Khadafi não haja uma rápida
restituição e reorganização do poder, é possível que as tribos entrem em guerra
civil e o país seja dividido. Para que isso não aconteça, alguns países do
ocidente tentam intermediar a transição de poder. Diversas agências de notícias
divulgaram esta semana que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que
os países do chamado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) serão convidados para
discutir a crise na Líbia. Esses países têm investimentos na Líbia, o Brasil,
por exemplo, conta com quatro empresas no país, entre elas a Odebrecht e a
Petrobrás.
O Brasil pode ter uma participação efetiva no estabelecimento
da democracia e estabilidade política na Líbia. A Igreja brasileira pode ter uma
participação efetiva para que a haja paz no país e para que seus irmãos na fé
continuem sendo sal e luz ali. Como? Ore pela Líbia.
Pedidos de
oração:
• Ore pelo governo da Líbia, para que os líderes sejam
conduzidos pelo Senhor quanto a reorganização e reestruturação do poder para a
glória de Deus;
• Ore pelos cristãos líbios para que sejam fortalecidos
em meio a situação do país e possam testemunhar da fé em Cristo; e,
• Ore
pela reunião que será feita pelos outros países a respeito da Líbia. Ore para
que o Senhor opere segundo a sua vontade e propósito no país e ele se torne um
modelo de nação cristã.
Marcelo Peixoto
Artigo publicado no site portasabertas .org.br
http://www.portasabertas.org.br/artigos/artigo.asp?ID=7374
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