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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

BIOGRAFIAS - SUSANNA WESLEY



Susanna Wesley era a caçula dos 25 filhos e foi mãe de dezenove. John, seu décimo-quinto filho, fundador do metodismo, nasceu em Epworth, Inglaterra, na mesma cidade onde também nasceu Charles, seu décimo-oitavo filho, compositor de hinos. Ela suportou provações mas nunca desviou-se de sua fé e da mesma maneira ela ensinou seus filhos a suportar provações.
O lar de Susanna Wesley em Epworth era um lar cristão quase perfeito, e lá, em sua “Igreja Doméstica” ela plantou a primeira semente do metodismo e a manteve viva através de seus cuidados vigilantes. Seu filho John, fundador do movimento metodista, nunca se esqueceu dos cultos que sua mãe conduzia em sua casa nos domingos à noite. A principio ela os dirigia em sua ampla cozinha, mas depois, com o aumento do número dos que participavam, a pequena reunião se espalhou por toda a casa e celeiro.
John Wesley sentia que, se sua mãe podia ganhar almas, outras mulheres poderiam também se envolver neste serviço de amor. Mulheres se tornaram auxiliadoras valiosas no movimento metodista devido ao encorajamento recebido de John Wesley. O autor inglês Isaac Taylor diz:
“Susanna Wesley foi a mãe do metodismo no sentido moral e religioso. Sua coragem, sua submissão à autoridade, a firmeza, a independência e o controle de sua mente; o fervor de seus sentimentos devocionais e a direção prática dada a seus filhos brotaram e se repetiram muito visivelmente no caráter e conduta de seu filho John”.
Poucas mulheres na história possuíram a sensibilidade espiritual, o vigor e a sabedoria de Susanna Wesley.
Em Oxford, Charles era um membro do chamado “Clube Santo” que se reunia para ler o Novo Testamento em grego. John se juntou à um pequeno grupo e logo se tornou o seu líder. Jovens devotos, eles visitavam os pobres e os doentes, viviam sem luxo passando por muitas necessidades a fim de poderem ajudar a outros. Vivendo  de acordo com o método ensinado a John e Charles por sua mãe devotada, aqueles jovens foram apelidados “Metodistas”.
O treinamento que Susanna Wesley deu a seus filhos foi mencionada na carta que ela escreveu a seu filho mais velho, Samuel, o qual também se tornou um pregador: “Considere bem que separação do mundo, pureza, devoção e virtude exemplar são requeridas daqueles que devem guiar outros para a glória. Eu o aconselharia a organizar seus afazeres seguindo um método estabelecido, por meio do qual você aprenderá a otimizar cada momento precioso. Comece e termine o dia com Ele que é o Alga e o Ômega, e se você realmente experimentar o que é amar a Deus, você remirá todo o tempo que puder para o Seu serviço mais imediato. Empenhe-se em agir sobre este principio e não viva como o resto da humanidade, que passa pelo mundo como palhas sobre um rio, que são levados pela correnteza ou dirigidas pelo vento. Receba uma impressão em sua mente, tão profunda quanto possível, da constante presença do Deus Grande e Santo. Ele está ao redor de nossos leitos e de nossas trajetórias e observa todos os nossos caminhos. Sempre que você for tentado a cometer qualquer pecado, ou a se omitir de algum dever, pare e diga a si mesmo “o que estou eu por fazer? Deus me vê!”
Ela praticava o que pregava a seus filhos. Embora tivesse dado à luz dezenove filhos, entre 1609 e 1690, e fosse uma mulher naturalmente frágil e ocupada com muitos cuidados da família, ela separava duas hora a cada dia para devoção à sós com Deus. Susanna tomou esta decisão quando já tinha nove filhos. Não importava o que ocorresse, ao badalar do relógio ela se retirava para comunhão espiritual. Em sua biografia Susanna Wesley, a mãe do metodismo, Mabel Braisford comenta:
“Quando perguntamos a nós mesmas como vinte e quatro horas podiam conter todas as atividades normais que ela, uma frágil mulher de trinta anos, era capaz de completar, a resposta pode ser achada nessas duas horas de retiro diário, quanto ela obtinha de Deus, na quietude de seu quarto, paz, paciência e uma coragem incansável.”
As provações que Susanna suportou poderiam tê-la esmagado. Somente nove dos seus dezenove filhos sobreviveram até a vida adulta. Samuel, seu primogênito, não falou até aos cinco anos. Durante aqueles anos ela o chamava “filho das minhas extremas provações”, e orava por ele noite e dia. Outro filho asfixiou-se enquanto dormia, e aquele pequeno corpo foi trazido a ela sem qualquer palavra que a preparasse para o que havia acontecido. Seus gêmeos morreram como sua primeira filha Susanna. Entre 1697 e 1701 cinco de seus bebês morreram. Uma filha ficou deformada para sempre, devido ao descuido de uma empregada. Alguns de seus filhos tiveram varíola.
Outras dificuldades a perseguiam. Dívidas cresciam e o crédito da família se esgotara. Seu esposo, que nunca foi um homem prático, não conseguia viver dentro do orçamento de sua família, e se não tivesse sido pela gerência de sua mulher, como freqüência não teriam tido alimento.
Sob o ponto de vista puramente material, a história de Susanna foi de uma miséria incomum, privações e fracasso. Espiritualmente, no entanto, foi uma vida de riquezas verdadeiras, glória e vitória, pois ela nunca perdeu seus altos ideais nem a sublime fé. Durante uma dura provação, ela foi ao seu quarto e escreveu: “Ainda que o homem nasça para o infortúnio, eu creio, todavia, que sejam raros os homens sobre a terra, considerado todo curso da sua vida, que não tenham recebido mais misericórdia do que aflições e muito mais prazeres do que dor. Todos os meus sofrimentos, pelo cuidado admirável do Deus Onipotente, cooperaram para promover meu bem espiritual e eterno... Glória seja a Ti, oh Senhor!”
Em sua escola doméstica, seis horas por dia, durante vinte anos ela ensinou seus filhos de maneira tão abrangente que eles se tornaram notavelmente cultos. Não houve sequer um deles no qual ela não tivesse impingido uma paixão pelo aprendizado e pela retidão.
Certa vez, quando seu marido lhe perguntou exasperado: “Por que você se assenta aí ensinando esta mesma lição pela vigésima vez a essa criança medíocre?” ela respondeu calmamente: “Se tivesse me satisfeito em mencionar esse assunto somente dezenove vezes, todo o esforço teria sido em vão. Foi a vigésima vez que coroou todo o trabalho.”
Já um homem famoso, seu filho John lhe implorou para que escrevesse alguns detalhes da criação de seus filhos, ao que ela consentiu relutantemente. Ela confessou: “Ninguém pode seguir o meu método, se não renunciar o mundo no sentido mais literal. Há poucos, se houver que devotariam cerca de vinte anos do primor de sua vida na esperança de salvar as almas dos seus filhos.”
Ela começava a treinar seus filhos tão logo eles nasciam por um método de vida bastante rigoroso. Desde o nascimento ela também começava a treinar suas vontades, fazendo-os perceber que deveriam obedecer aos seus pais. Eles eram até mesmo ensinados a chorar baixinho e a beber e a comer apenas o que lhes fosse dado. Comer e beber entre as refeições nunca era permitido, a não ser que estivessem doentes. Às seis, tão logo as orações familiares estivessem terminado, eles jantavam. Às oito, eles iam para a cama devendo dormir imediatamente. “Não era permitido em nossa casa”, esta mãe informa, “assentar-se perto da criança até que ela adormecesse”. O grande ruído que muitas de nossas crianças fazem era raramente ouvido na casa dos Wesley. Risos e brincadeiras, no entanto, eram sons habituais.
O bem-estar espiritual de seus filhos interessava muito a Susanna. Ela deu-lhes uma apreciação das coisas do Espírito e levou avante este ensinamento até seus anos de maturidade. Mesmo já idosa, seu filho John ainda vinha até a sua devota mãe por conselhos. Não apenas para os metodistas mas para todo o mundo Susanna Wesley deu uma nova liberdade de fé, um novo brilho de religião vital e uma nova intimidade com Deus.
Não é de se admirar que esta mãe que tão frequentemente orava, “dá-me graça, oh Senhor, para ser uma cristã verdadeira”, produzisse um grande cristão como John Wesley. “Ajuda-me, Senhor”, ela orava, “a lembrar que religião não é estar confinada à igreja ou a um cômodo, nem se exercitar somente em oração e meditação, mas é estar sempre na Tua presença”.
Em outubro de 1735, a convite do General James Oglethorpe, fundador da Colônia da Geórgia, nos Estados Unidos, John e Charles Wesley foram até lá como missionários aos índios e colonizadores. Susanna se despediu de seus filhos, e ao fazê-lo, John expressou sua preocupação em deixar sua mãe idosa. Mas ela respondeu: “Tivesse eu vinte filhos, eu me alegraria que todos eles fossem assim empregados, mesmo que nunca mais os visse.”
Ao retornar à Inglaterra, John reassumiu suas pregações em todo o país. Anos depois, Susanna teve o imenso gozo de ouvi-lo pregar noite após noite  a céu aberto, a uma congregação que cobria toda a encosta de Epworth. Ele se lembrava das reuniões de sua mãe em Epworth quando a ouvia pregar nas noites de domingo para duzentos vizinhos que se aglomeravam na residência pastoral.
Quando os metodistas alcançaram pleno vigor, a vida de Susanna chegou ao fim. Enquanto pregava em Bristol num domingo de Julho de 1742, John foi avisado que sua mãe estava enferma e retornou às pressas. Na sexta-feira seguinte ela despertou do sono para clamar: “meu querido Salvador, Tu estás vindo me socorrer nos meus últimos momentos de vida?”
Mais tarde, naquele dia enquanto seus filhos estavam ao redor de seu leito, ela disse: “filhos, tão logo eu tenha sido transferida, cantem um salmo de louvor a Deus”. Ela morreu, aos 73 anos, no local onde a primeira Capela Metodista foi aberta e foi sepultada no cemitério ao lado oposto onde trinta e cinco anos mais tarde, seu filho John construiria sua famosa capela. Certa vez, John mencionou sobre aquele funeral: “Foi uma das reuniões mais solenes que eu já vi, ou esperei ver, neste lado da eternidade.”

Extraído

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