O conhecido escritor russo, já falecido, Alexander Solzhenitsyn, conta uma das mais magníficas histórias já escritas, vivida por ele, para nos encorajar a não desistir. Na prisão russa em que se encontrava, ninguém tinha permissão de falar. Não havia nada para ler e nenhum encorajamento de qualquer espécie para manter a vida. Ele conta que a tensão e a repressão daquele ambiente eram tão fortes que ele pensava: “Nunca mais conseguirei sair daqui”. Por isso pensou até na idéia de tirar a própria vida. Sabia que se tentasse fugir seria morto a tiros, mas pensava: “Pelo menos, será o final de tudo!”.
Contudo, sua fé não lhe permitia fazer tal coisa. Ao
amanhecer, era levado para fora logo cedo, para trabalhar e, quando havia uma
folga no trabalho, sentava-se encostado em uma árvore. Colocava suas mãos por
trás, contra a árvore em que estava encostado, preparado para dar um salto e
sair correndo. Foi exatamente em um desses momentos que sentiu uma sombra sobre
a grama e um colega prisioneiro sentou-se ao lado dele. Eles não podiam falar
uma palavra, mas ele olhou nos olhos do outro homem, que chegara recentemente
como prisioneiro, e viu uma coisa que nunca havia visto em nenhum rosto dentro
da prisão, antes – uma mensagem de amor e interesse.
Enquanto os olhos de ambos se cruzaram no silêncio,
começaram a se comunicar em suas almas, e o prisioneiro desenhou uma cruz no
chão com um graveto.
Solzhenitsyn sentiu a esperança se renovando dentro dele
naquele momento. "Jesus me ama. Ele está na direção. Não se acabaram as
esperanças!”
Três dias depois ele
foi liberto da prisão. Quando foi solto, ficou sabendo que muitas pessoas
haviam orado por ele. Soube com poderosa certeza que Deus é soberano e que
ainda há esperanças.
Não devemos desistir! Podemos ser aqueles que transmitem a
esperança para alguém, talvez por meio de um gesto, talvez sem palavras. Temos
de amar, orar e apoiar-nos mutuamente.
Autora – Mary C. Crowley
Fonte – Bíblia Devocional da Mulher
BREVE BIOGRAFIA
Solzhenitsyn nasceu em 11 de dezembro
de 1918 em Kislovodsk, na região do Cáucaso na então União Soviética, onde
estudou Matemática e Física na Universidade de Rostov, em 1941. Depois,
ele entrou para o Exército russo na Segunda Guerra Mundial (1939-45). Por
suas críticas ao ditador Stalin, foi condenado em 1945 a oito anos de
prisão em um campo de trabalho na Sibéria. Em 1974, durante o regime de
Leonidas Breznev, o escritor foi privado da nacionalidade soviética e
expulso da URSS, acusado de traição à pátria após escrever Arquipélago Gulag,
um relato sobre as prisões para onde eram levados os dissidentes do regime
comunista, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1970. Com
a mesma temática, ele escreveu ainda Pavilhão de Cancerosos.
Solzhenitsyn passou duas décadas no exílio nos Estados Unidos, e retornou a seu
país natal em 1994, após o fim do comunismo. Nunca abandonou a veia
rebelde: era um impiedoso crítico da forma como a Rússia fez a transição
para o capitalismo. Morreu em 3 de agosto de 2008, aos 89 anos.
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