Sabemos que a vida humana é marcada pela inconstância do coração. Há dias em que somos tomados pela esperança e outros marcados pela melancolia. Há dias de encorajamento e dias de inquietante desmotivação. Há dias de paz e dias de angústia. Dias de alegria e dias de amargura. Dias bons e dias maus.
Perante esta inconstância da vida somos confrontados com um Deus totalmente estável, firme e inabalável. A Bíblia nos apresenta Deus como o Sol do meio-dia, as grandes montanhas de Sião, o forte cedro do Líbano e as altas muralhas de Jerusalém. C.S. Lewis nos lembra que o Senhor não se abala, e esta é a fundamentação da certeza de que seremos salvos.
Davi é um exemplo de inconstância humana como talvez nenhum outro personagem na Palavra. Foi guerreiro
implacável e na força de Deus derrotou o gigante filisteu. Por outro lado, adulterou com Bate-Seba e traiu Urias, um de seus leais soldados. Reconstruiu Jerusalém que passou a ser chamada cidade de Davi. Mas também magoou seus filhos e foi um desastre como pai. Era temente ao Senhor e foi chamado "homem segundo o coração de Deus". Entretanto, em sua família houve incesto, assassinato, mentiras e traição.
Talvez um dos momentos de maior melancolia e desespero em sua história tenha acontecido quando, voltando exausto de uma batalha, encontra Ziclague, a cidade onde habitava, saqueada e destruída. E todas as mulheres e crianças levadas cativas. Seus homens, amargurados, falam
Essa frase, encontrada no primeiro livro de Samuel, capítulo 30, verso 6, revela-nos uma das mais poderosas obras de Deus na vida de seus filhos. Levantar-nos quando tudo parece perdido. Abrir o caminho quando não sabemos para onde ir. Fazer romper o Sol quando estamos presos na neblina da vida. Dar-nos perseverança quando a vontade é parar. Quantas vezes o Senhor trouxe à minha mente e coração esse verso, reanimando-me para dar um passo mais.
O que mais me intriga é que este reânimo veio absolutamente do Senhor, pois não havia ali elementos de esperança. Caiu destruído, levantou reanimado.
Tenho pensado e orado para que Deus nos reanime especialmente em três áreas: casamento, ministério e emoções.
Casamento - O hedonismo é, talvez, o maior elemento da nossa atualidade que contribui para a inconstância conjugal. Ele nos ensina que nós nascemos para nós mesmos, não para Deus, não para o outro. Não para a esposa ou o marido. E, assim, quando eu me torno o centro inquestionável de minha relação com aquele que está ao meu lado, esta relação só durará enquanto eu estiver feliz e auto-realizado. Não durará muito nem suportará o dia mau.
Ministério - Perante as tribulações, angústias, questionamentos e críticas, o que nos alimenta em
nossos ministérios não é nossa capacidade humana ou o companheirismo do que está ao lado, mas sim Deus. A maior certeza que um ministro tem em seu ministério é que ele precisa desesperadamente de Deus. Se esta certeza um dia faltar perderemos o rumo e o ânimo. Estaremos caídos sem haver quem nos levante. A auto-suficiência ministerial precede a queda.
Emoções - A ansiedade humana é um dos aspectos mais corrosivos da alma. Conheço inúmeros irmãos e irmãs que, tomados pela ansiedade crônica que não passa, pela insatisfação constante do coração, tornaram-se secos, perderam a brandura e já não sorriem. Vivem sempre a espera que amanhã seja melhor, menos triste. Que algo novo aconteça. A ansiedade crônica tem ceifado vidas, ministérios e a felicidade.
Se olharmos para Davi naquele dia, ele estava acabado. Sem família, sem cidade, sem liderança, sem a lealdade de seus amigos, sem futuro. Mas a reação de Davi indicou uma atitude necessária para cada um de nós: obediência ao encorajamento de Deus. Ele se levantou!
Davi se reanimou
E serviu a Deus. Pois se levantou quando Deus disse: Levanta-te.
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