"Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém." Judas 1:24,25
Ouço, recebo, leio, vejo, vivo e compartilho: Textos bíblicos, vídeos, mensagens, testemunhos, reflexões e estudos de vários autores, e muito mais da Palavra de Deus, para a minha e para a sua edificação espiritual...
quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
A PÁSCOA VERDADEIRA
Dificilmente, nesses últimos dias, alguém pode dizer que não
tomou contato com a comemoração da Páscoa ou com algum assunto ou fato
relacionado com essa celebração.
Do chamado feriadão da Páscoa aos populares ovos de
chocolate encontrados em cada esquina ou porta de comércio, dos presentes, que
o comércio procura incentivar as trocas e das celebrações litúrgicas da Paixão
e Ressurreição de Cristo, tudo nessa época parece estar ligado à Páscoa.
Porém, poucos sabem ou se lembram do verdadeiro significado e
origem desta celebração; se a festa é genuinamente cristã ou apenas
recepcionada pela cristandade, havendo quem não faça sequer referência
religiosa a esta tão célebre festividade.
A celebração da Páscoa tem sua origem no povo judeu antigo,
quando para marcar um dos acontecimentos mais significativos de sua existência,
instituiu-se um ritual cuja finalidade era trazer à memória deste povo este
importante evento de sua história, há aproximadamente 1230 anos a.C.
Originalmente, a festa da Páscoa era tratada como uma
celebração individual, porém, com o passar do tempo passou a ser observada em
combinação com a Festa dos Pães Asmos, dada a coincidência das datas de
comemoração e significados, ambos relacionados a partida do povo judeu para do
Egito.
Deixando, portanto, de lado os ovos de chocolate, os
presentes, o comércio e tantas outras tradições estranhas à verdadeira Páscoa,
busquemos na Bíblia aspectos fundamentais que nos forneçam informações seguras
sobre a origem, a prática, o sentido e as implicações desta celebração para a
cristandade.
Tanto a Páscoa quanto a Festa dos Pães Asmos segundo a
narrativa bíblica, foram concebidos por Deus. Em Êxodo 12, vemos que não houve
qualquer participação humana na instituição do rito.
A Páscoa é, portanto, projeto de Deus.
Segundo Êxodo 12 e 13
e Deuteronômio 13 e 16, vemos claramente, que a Páscoa está ligada aos atos
libertadores de Deus em relação ao povo de Israel então em cativeiro no Egito.
Três idéias podem ser destacadas sobre o sentido verdadeiro e original da
Páscoa:
Libertação do povo de Deus (Israel) do cativeiro de 430 anos
em terras do Egito (Ex. 12:40-42; 23:15 e Deut. 116:1).
Libertação do povo da aflição sofrida no Egito (Deut.
16:1-3).
Libertação do povo de Deus da ação do Anjo Destruidor que
matou a todos os primogênitos do Egito (Ex. 12:27).
Todos os israelitas estavam obrigados a participação dos
rituais da Páscoa e dos Pães Asmos sob pena de morte, excluídos da prática os
estrangeiros e assalariados não circuncidados. A prática deveria ser observada
anualmente.
Combinada com celebração dos Pães Asmos, o ritual era
realizado anualmente no 1º mês – (Abibe/Nisan) a partir do dia 14, que
coincidia com a primeira lua cheia da primavera e durava até o dia 21 do mesmo
mês.
Cronologia da Páscoa judaica:
Dia 10 – Compra/separação do Cordeiro Pascal
Dia 14 – À tarde – imolação do Cordeiro.
Dia 15 – Nas primeiras horas, início do banquete familiar
quando era servido o Cordeiro, os pães asmos e as ervas amargas. (Era a Reunião
religiosa inicial).
Dias 15/21 – Festa dos Pães Asmos, marcada pela abstinência
de fermento, consumo de Pães Asmos e sacrifícios em todos os dias.
Dia 21 – Reunião religiosa final.
Os Ingredientes da Páscoa
O Cordeiro (bode ou cabrito) macho/de um ano/sem defeito, separado
4 dias antes. devia ser servido assado – não cru ou cozido – nenhum osso
poderia ser quebrado.
O sangue do cordeiro deveria ser usado para marcar vergas e
umbrais das portas de cada casa.
A porção servida deveria ser de um cordeiro para cada
família ou grupo de família (10 a 20 pessoas).
O cordeiro deveria ser totalmente comido até a manhã
seguinte. Eventual sobra deveria ser
queimada no fogo, não podendo ser levada para fora da casa. Não se podia sair
de casa a noite.
As ervas amargas simbolizavam os sofrimentos e dificuldade
do povo no cativeiro.
Os pães asmos ou ázimos, pão sem fermento, chamado de “pão
da miséria e da aflição” não podia ser consumido nem possuído fermento nas
casas, do dia 14 até o dia 21, sob pena de morte.
Lembrava que na noite da saída do Egito não houve tempo para
levedar as massas para os pães, pois o povo saiu “às pressas”.
A Páscoa e o Cristianismo
A Páscoa, instituída por Deus para fazer memória dos seus
atos salvíficos na história do povo de Israel, no início foi uma festa
familiar, presidida pelo pai de família, porém com o passar do tempo tornou-se
uma celebração litúrgica oficial realizada exclusivamente no templo em
Jerusalém e afinal, com o advento do cristianismo foi incorporada pela
cristandade como uma celebração que aponta e memoriza a ação libertadora de
Cristo para o seu Novo Israel, a Igreja de Cristo – ação libertadora da morte e
do pecado, assumindo cada ingrediente tradicional do rito um sentido próprio e
atualizado.
Os pães asmos e as ervas amargas – lembra-nos que éramos
escravos do mundo e do senhor do mundo – éramos alienados e estrangeiros, mas
Deus liberta definitivamente de nossas aflições e sofrimento.
O Cordeiro Pascal – Jesus Cristo é identificado como o
cordeiro pascal, cujo sangue derramado livra-nos da morte e abre-nos caminho,
para a saída definitiva, da terra da servidão para a liberdade (Jo. 1:29; I
Cor. 5:7 e I Pedro 1:19)
Conclusão
A Páscoa antiga marcou a libertação do povo de Deus do Velho
Testamento, de sua aflição e escravidão no Egito, da mesma forma que a
celebração atual marca as ações libertadoras de Deus – através de Seu Filho,
Jesus, com sua Paixão, Morte e Ressurreição – livrando-nos do sofrimento, da
escravidão e da morte.
Rev. Luiz Pereira de Souza
Igreja Presbiteriana Independente de Vila Carrão
domingo, 17 de março de 2013
A Figueira Infrutífera
"Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha;
e indo procurar fruto nela, não o achou. Disse então ao viticultor: Eis que há
três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que
ocupa ela ainda a terra inutilmente? Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este
ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe deite estrume; e se no futuro der
fruto, bem; mas, se não, corta-la-ás" (Lc.13.6-9).
Esta parábola começa com algo estranho: "uma figueira
no meio da vinha". Vinha é uma plantação de videiras. Por quê haveria ali
uma figueira? Por uma concessão e propósito do proprietário.
Neste texto, como em outras passagens bíblicas, o ser humano
é comparado a uma árvore.
O dono da vinha é Deus, o Pai. Se estamos no meio da vinha
do Senhor, é apenas por sua graça e amor. Não temos a natureza e a qualidade
correspondentes à santidade divina, mas vivemos pela misericórdia. Nunca
deveríamos fazer exigências diante de Deus com base em direitos ou méritos.
Reconheçamos a graça e sejamos gratos.
Todo cultivo representa investimento e tem um propósito.
Nesse caso, o objetivo era a frutificação. O Senhor tem expectativas ao nosso
respeito. Ele fez grande investimento em nossas vidas e o maior deles foi o
sangue precioso derramado no Calvário. Além disso, ele nos deu o seu Santo
Espírito e dons e ministérios.
Os frutos são resultados esperados. O problema é que a
expectativa de Deus é, geralmente, diferente da nossa, assim como pais e filhos
têm, quase sempre, diferentes desejos e planos. Os pais se preocupam com a
saúde, o caráter, a formação educacional e profissional do filho, mas ele,
sendo uma criança, talvez queira apenas um brinquedo novo. O que temos
desejado, planejado e realizado? Quais têm sido nossas prioridades?
O texto fala sobre um tempo de avaliação. Quando chegamos ao
final de cada ano, fazemos avaliações. Aqueles a quem Jesus se dirigia tinham a
tendência de avaliar os outros (Lc.13.1-5), mas precisamos fazer o auto-exame
(ICo.11.28). Quando o fazemos, é possível que nos gloriemos de muitos
resultados que talvez não sejam os que Deus deseja.
Uma figueira pode ser alta, forte, bonita, com folhagem
exuberante e até flores, mas, se não tiver fruto, não estará cumprindo sua
missão. Todas essas características são boas, porém insuficientes. O bom não
substitui o melhor. Afinal de contas, para quê servimos nós? Para produzirmos
sombra? Somos enfeites? Nossa madeira terá alguma utilidade? Nossas folhas
servirão como vestimentas? (Gn.3.7). O que o Senhor procura em nós é o fruto.
Muitos objetos podem produzir sombra, mas a figueira existe para produzir figos.
Podemos ter alcançado tantas coisas nesta vida: dinheiro,
bens, posições, cargos, títulos e, ainda assim, não termos produzido fruto.
Quando Jesus voltar, muitos apresentarão um relatório diante
dele, dizendo: Senhor, em teu nome nós profetizamos, expulsamos demônios,
fizemos sinais e maravilhas. Então, ele lhes dirá: Apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade (Mt.7).
Desta passagem bíblica, entendemos que o exercício dos dons
espirituais não é fruto diante de Deus. Tanto é assim que, nos escritos de
Paulo, os dons (ICo.12) estão separados do fruto do Espírito (Gal.5.22).
Podemos trabalhar muito e não produzir o que Deus espera de nós, assim como
Marta trabalhava, mas não agradava ao Mestre (Lc.10.40).
O que seria então o fruto? O antônimo da iniquidade. Não é
apenas evitar o pecado, mas fazer algo positivo em seu lugar. "Cessai de
fazer o mal e aprendei a fazer o bem..." (Is.1.16-17). O fruto do Espírito
é o contrário das obras da carne (Gal.5.16-22). Podemos resumi-lo em duas palavras:
santificação e amor. A santificação combate o pecado. O amor não nos deixa
inativos, mas nos faz produzir.
Outra forma de definir o fruto é "aquilo que fazemos de
bom por outras pessoas". O que eu fizer por mim mesmo não vale como fruto.
Nenhuma árvore produz fruto para si mesma. Podemos comer e beber do melhor
todos os dias, mas nada disso supera o valor de um copo d'água dado ao sedento
(Mt.10.42).
Naquela parábola, o dono da vinha veio procurar o fruto e,
não o achando, ficou decepcionado. A figueira é um símbolo de Israel e
representava diretamente aqueles judeus aos quais Jesus contou a parábola. Em
última instância, ela nos representa também, pois Deus tem a mesma expectativa
a nosso respeito.
Não tendo achado o fruto almejado, o Senhor mandou cortar a figueira.
Temos neste ponto a manifestação da justiça divina. Em seguida, ocorre a
intercessão. O viticultor parece representar o Senhor Jesus, que é nosso
advogado diante do Pai (IJo.2.1). Personificando o amor divino, ele clama:
"Senhor, deixa-a mais este ano". Então, a execução judicial foi
adiada.
Cada dia das nossas vidas é uma nova oportunidade. Se
estamos ainda nesta terra, é porque não fomos cortados. Ainda podemos
frutificar.
O viticultor se prontificou a cuidar da figueira, cavando em
volta e adubando. O Senhor ainda se propõe a investir mais em nós. O processo
pode ser difícil. Cavar em volta pode ser um procedimento incômodo que vêm
romper com a dureza do solo e expor o que está oculto. O adubo pode não ser
agradável, mas é necessário. Precisamos aprender com as coisas ruins que nos
sobrevêm.
Que Deus nos ajude a reconhecer tais processos em nossas
vidas, de tal maneira que não venhamos a rejeitar a divina intervenção.
A figueira ganhou tempo, mas uma nova avaliação já está
marcada. O juízo final se aproxima. Precisamos frutificar enquanto Deus nos
permite.
Jesus disse àqueles homens: "Se não vos arrependerdes,
todos de igual modo perecereis" (Lc.13.5). O arrependimento é o primeiro
fruto que o Senhor procura. Este foi o tema da pregação de João Batista e
também do Senhor Jesus ao iniciar o seu ministério.
Arrependimento é conscientização, desejo, decisão e mudança.
Que Deus nos ajude para que possamos produzir os frutos que ele procura em nós.
Autor: Pr.Anísio Renato de Andrade
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