Lutero
era músico prático na direção da música de igreja; convocava compositores
profissionais para ajudá-lo. Ele teve participação importante no
desenvolvimento do "coral", hino destinado à participação da
congregação na liturgia "reformada"; a ele são atribuídos 37
corais,cujos textos e melodias adaptou com base no repertório usado pela Igreja
antes do movimento reformista (ver: Riedel, Johannes, The Lutheran Chorale,
1967).
O mais
conhecido de seus "corais" é "Ein Feste Burg ist unser Gott"(Um
Castelo Forte é o Nosso Deus), cuja melodia procede do Canto Gregoriano; o
texto é uma paráfrase do Salmo 46. Podemos imaginar Lutero contemplando os
muros do castelo de Wartburg nos dias que antecederam seu julgamento em Worms
(ver: OJB, 08, 15 e 22 out 2006). Sua confiança estava em Deus. Ele sabia que
Satanás era o seu grande Inimigo; seu defensor era Jesus. Os adversários
procuravam prendê-lo e matá-lo; a Palavra de Deus tinha poder para salvá-lo.
Nada –ódio, ofensa, morte – poderia atingi-lo, porque o Reino de Deus é eterno!
Lutero cria que o hino tinha poder para transmitir substância teológica.
O "Lutheran Book of Worship" (Livro Luterano para o
Culto), publicado pela "The Evangelical Lutheran Church in America",
contém a melodia original. Os hinários brasileiros em que figura o famoso hino
de Lutero são os seguintes: "Hinário Luterano" (no. 165);
"Hinário Evangélico" (no. 206); "Novo Cântico"
(no. 155); "Cantai Todos os Povos" (no. 409); "Salmos
e Hinos" (no. 640);"Cantor Cristão" (no. 323); "Hinário
para o Culto Cristão" (no. 406); "Harpa Cristã" (no.
423).
No tempo
de Lutero, os "corais" (hinos para a congregação) eram cantados sem
acompanhamento instrumental; o órgão de tubos fazia o prelúdio;esse instrumento
era usado em alternância com o coro: um verso tocado pelo órgão e o verso
seguinte pelo coro e a congregação.
Quanto à
data de elaboração do hino, existem algumas hipóteses:
- numa noite de abril de 1521, preparando-se para obedecer à intimação pelo imperador Carlos V de comparecer perante o parlamento em Worms, onde defendeu suas obras teológicas; tendo saído de Wartburg e passado a noite com os Agostinianos na fortaleza Marienberg, em Wurzburg, próxima do rio Meno; o papa Leão X tinha inscrito o nome de Lutero na lista dos hereges, banindo-o da Igreja Católica;
- algum tempo depois de 1521, lembrando-se do julgamento em Worms;
- em 1527, quando sofreu sua primeira crise renal;
- em outubro de 1527, por ocasião do décimo aniversário da afixação das Noventa e Cinco Teses na porta da capela do castelo em Wittenberg;
- em 1527, quando soube da execução de crentes reformados em Bruxelas;
- em 1529, por ocasião da invasão turca do Ocidente.
Lutero
imprimiu o hino em folhas de papel, sem a melodia, que rapidamente se
espalharam pela Alemanha; em 1529, o hino foi incluído na coletânea"Geistlich
Lieder" (Cânticos Espirituais), publicada por Joseph Klug.
Em 19 de
abril de 1529, as autoridades alemãs que adotavam as idéias de Lutero
apresentaram, ao parlamento reunido em Espira, um protesto (daí o apelido
"Protestantes") contra as medidas legislativas referentes à liberdade
de culto, que significavam séria ameaça à Reforma. Neste ambiente crítico,
deprimidos, mas inspirados pelo Salmo 46, os crentes cantaram o hino de Lutero.
Extraido do texto de autoria de Rolando de Nassau
Publicado no site www.musicaeadoracao.com.br
Obs.: Este hino também está presente no Hinário
Adventista, sob o no. 33
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